Estiagem 2024

Lago Mauá, em Manaus, seca rapidamente e já deixa flutuantes encalhados

No local há mais de 50 flutuantes e todos já estão encalhados

Arquipo Góes
17/09/2024 às 12:19.
Atualizado em 17/09/2024 às 12:19

(Foto: Reprodução TV A CRÍTICA)

Com a vazante dos rios, o Lago Mauá localizado no bairro Mauazinho, zona leste de Manaus começou a secar totalmente.  Mais de 50 famílias que dependem do Lago para o trabalho e tráfego estão com dificuldade de locomoção e de acesso a água potável. 

A paisagem da região já está bem diferente de como era há alguns meses. Flutuantes e embarcações estão completamente na lama e a praia já começa a revelar uma grande quantidade de lixo.

(Foto: Reprodução TV A CRÍTICA)

Este é o segundo lago que seca totalmente em Manaus, durante a vazante. O seu Francisco Freire tem 75 anos e mora com a esposa em um flutuante que antes ficava instalado sob as águas do Lago Mauá, hoje a estrutura está encalhada na lama. Para poder sair de casa ele precisa subir um barranco. 

“A situação aqui não tá boa, todo ano a gente fica nessa situação, ficamos na lama, sem água, sem recursos para sobreviver, não temos para onde ir então temos que suportar’’ disse o aposentado. 

Segundo os moradores, o rio está descendo 20 cm a cada dia. No mês de agosto, a região secou intensamente, um outro problema é o abastecimento de água potável no local, muitos se reúnem para improvisar um cano que consegue trazer água tratada para alguns moradores. A dona de casa, Maria Moreira de 75 anos pede ajuda aos vizinhos para conseguir encher as garrafas de casa.

(Foto: Reprodução TV A CRÍTICA)

 “É difícil a água aqui, mas os vizinhos se unem pra instalar um cano e ajudar quem não tem como trazer água para beber, eu aproveito e estou estocando água potável em garrafas para caso a gente fique sem”, disse a dona de casa.

Grande parte dos comunitários precisa se deslocar cerca de 400 metros para buscar água para as atividades diárias, como tomar banho, beber e preparo da alimentação.

O pescador Walmirci dos Santos, trabalha como pescador e catraieiro. ele precisa andar pelo menos 400 metros de casa até chegar à beira do rio. Diante das atuais condições, segundo ele a construção de uma ponte de madeira ajudaria a minimizar as dificuldades de quem mora na região. 

"A gente precisa de um acesso de emergência, pelo menos, de uma passarela, para as crianças passarem, porque, quando chegam nas escolas, estão todas sujas por conta da lama, que tem que atravessar essa lama que está na comunidade", ressaltou.

Até esta terça-feira (17), o Rio Negro que banha o Lago Mauá atingiu a marca de 15,77 metros. Na quarta-feira (11), o prefeito de Manaus, David Almeida, assinou um decreto de situação de emergência com validade de 180 dias devido à seca severa que afeta o Rio Negro na capital. A medida visa implementar ações para atender às necessidades das comunidades ribeirinhas impactadas e inclui a capital na lista de municípios que devem receber recursos do Governo Federal.

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