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Presidente da Abraciclo descarta paralisação de fábricas da Zona Franca de Manaus em 2024

Situação ocorrida no segundo semestre de 2023 não deve se repetir por precaução das empresas

Lucas dos Santos
online@acritica.com
18/09/2024 às 16:49.
Atualizado em 18/09/2024 às 16:55

Marcos Bento, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) (Foto: Daniel Brandão)

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Bento, afirmou que as fábricas localizadas no Polo Industrial de Manaus não devem realizar paralisações, demissões ou férias coletivas no segundo semestre de 2024. O temor de que o cenário de 2023 – ano da pior estiagem – se repita foi afastado após as empresas tomarem precauções para este ano.

A fala ocorreu durante o pit stop educativo feito pela Abraciclo em parceria com o Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) na unidade do Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) localizada no bairro Jorge Teixeira, zona Leste da capital.

“O primeiro semestre foi positivo. O ano passado a gente sofreu e a gente pensava que seria a maior seca da história, mas a gente vê que em 2024 a seca também, a estimativa é que seja bastante severa. Todos os fabricantes tomaram medidas preventivas, é claro que todas as medidas tem um limite, mas houve uma preocupação com a antecipação de medidas logísticas, o Estado também tomou medidas de infraestrutura”, disse.

Bento avaliou que as medidas tomadas pelo governo somadas à antecipação dos fabricantes aos efeitos da seca devem evitar a paralisação das fábricas neste segundo semestre e espera que sejam produzidos 1,69 milhão de veículos de duas rodas em 2024.

“Neste momento, está ainda sob controle. A gente está no início, houve uma antecipação do governo em relação às medidas de estiagem, principalmente na questão de liberação de mercadorias, que esse ano houve uma melhora. A gente tinha uma situação logística e burocrática bem mais difícil no ano passado, então a gente espera que neste ano não tenha paralisações como ocorreu no ano passado”, ressaltou.

Em entrevista para A CRÍTICA no último fim de semana, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Valdemir Santana, seguiu a mesma linha de raciocínio e afirmou que as empresas aprenderam com o impacto negativo da seca de 2023 e começaram a estocar insumos para prevenir uma nova paralisação neste ano.

“Ainda não tivemos problema com demissões ou férias coletivas. Eles realmente se prepararam”, avaliou.

Dentre as medidas apontadas por Marcos Bento para driblar os malefícios da estiagem está a instalação de um píer flutuante pela iniciativa privada. A estrutura foi posta em operação pelo Grupo Chibatão no município de Itacoatiara, na região do Tabocal de da enseada do Madeira. Segundo ele, a medida deve auxiliar na logística do transporte de mercadorias apesar do atraso do governo federal em iniciar a dragagem do trecho entre Manaus e Itacoatiara, cujo contrato de R$ 112 milhões foi assinado pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), em evento na capital amazonense na última semana.

Embora apresente boas expectativas, o presidente da Abraciclo apontou o aumento nos custos de transporte ocasionados pela seca e que isso repercute na indústria. Segundo um levantamento da Comissão de Logística do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) já gastaram R$ 500 milhões a mais devido à estiagem, especialmente pela chamada “taxa da pouca água” utilizada pelas empresas Maersk e MSC.

BR-319

Questionado pela reportagem se a possível pavimentação da rodovia BR-319, prometida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua última visita, poderia auxiliar na questão logística do estado, Bento afirmou que o Amazonas precisa de uma via alternativa aos rios.

“A BR-319 é uma forma de integralizar, conectar o estado do Amazonas por outra via de acesso que não seja a via fluvial”, disse.

Congresso

Marcos Bento também seguiu o tom de críticas da indústria e de parlamentares do Amazonas sobre a regulamentação da reforma tributária, mas demonstrou otimismo. O primeiro projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados com voto contrário de quase toda a bancada amazonense, com exceção de Silas Câmara (Republicanos). A proposta se encontra no Senado e aguarda indicação de um relator, com a expectativa que continue nas mãos do senador Eduardo Braga (MDB).

“A gente está fazendo esse estudo, vamos encaminhar no momento certo para o Senado Federal, mas a gente tem uma ótima expectativa para que, realmente, o texto que for ali encaminhado atenda o maior interesse do estado do Amazonas e da Zona Franca de Manaus, que é manter a competitividade do nosso modelo”, concluiu.
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